Justiça, Paz e Democracia

Justiça, Paz e Democracia

Em tempos de polarização e ruído, precisamos de espaços onde fé, razão e vida pública se encontrem.
Justiça, Paz e Democracia não são apenas palavras bonitas: são valores essenciais da vida social e da fé cristã. Como expressam a ONU e a Doutrina Social da Igreja —
ecoando Paulo VI e João Paulo II — “não há paz sem justiça e não há justiça sem democracia”. O desafio é construir uma sociedade em que a dignidade humana esteja acima de qualquer interesse e em que a política, iluminada pela fé e pela ética, seja instrumento de comunhão e serviço.

A justiça é compromisso com o bem comum. A Bíblia ensina: “Felizes os que têm fome e sede de justiça” (Mt 5,6). A Constituição Federal estabelece como objetivo fundamental “construir uma sociedade livre, justa e solidária”. Sem justiça, não há paz verdadeira; sem
paz, não há democracia duradoura.

A paz de Cristo não é ausência de conflito, mas presença de amor, reconciliação e compromisso com o outro. É atitude e política — no sentido mais nobre e cristão.
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não a dou como o mundo a dá.” (Jo 14,27)

Vivemos tempos difíceis. A desigualdade social é uma chaga aberta: há quem não tenha o que comer, enquanto poucos concentram muito. Como dizia Flávio Dino: “No Brasil, o problema é que pouca gente possui muito, e muita gente não possui quase nada.”

A educação é o instrumento mais poderoso de justiça social. Como educador há 27 anos e servidor público há quase 25, acredito que a justiça social começa pela escola. Cada sala de aula é um terreno fértil para plantar a paz. Paulo Freire dizia: “Educar é um ato de amor, por isso, um ato de coragem.”

A paz não é um presente que cai do céu — é construção coletiva. Aristóteles dizia que “a esperança é o sonho do homem acordado”. Santo Agostinho ensinava que ela tem duas
filhas: indignação e coragem. Paulo Freire nos ensinou a esperançar: levantar-se, construir e não desistir.

Esperar um mundo melhor é agir com coragem e fé. Gonzaguinha cantou: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz.” Belchior lembrou: “Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro.” E Milton Nascimento recorda: “Há um menino morando sempre no meu coração.”

Essa esperança é o que nos move a sonhar e lutar por um Maranhão mais justo, democrático e fraterno.
Como disse o Papa Francisco, “a política é uma das formas mais elevadas da caridade”.

Que a nossa esperança seja ativa, a nossa paz concreta e a nossa justiça duradoura.

Leia aqui na íntegra a transcrição de minha Palestra, no Encontro “Quartas de Paz”, promovido pela Arquidiocese de São Luís.